a promover grandes homenagens ao proclamador da República, se não fosse a recusa da família, em respeito aos desejos do grande morto. Falando por dona Mariana, recolhida na dor de sua viuvez, o general João Severiano da Fonseca escreveu ao "primo Enéias", Barão do Rio Apa, então ajudante-general do Exército (cargo correspondente ao de chefe do Estado-Maior; hoje em dia), a seguinte carta: "Sr. general - Fui encarregado pela viúva do marechal Manuel Deodoro da Fonseca, falecido hoje às 12 horas e 20 minutos da tarde, de comunicar-vos que foram suas últimas vontades, terminantemente expressas, que não queria nenhuma demonstração militar oficial, por ocasião do enterramento. O que tenho a honra de levar ao vosso conhecimento". Floriano mandara, assim que se divulgou a notícia, o seu ajudante de ordens, capitão-tenente Pinto de Sá, apresentar pêsames à família e dizer que o seu governo desejava prestar todas as homenagens a Deodoro. E encontrara a recusa, inquebrantável. O morto foi colocado no esquife como desejara, à paisana, despojado de todas as suas insígnias e tendo no peito apenas, - exceção única feita pela viúva, - a medalha da Confederação Abolicionista, pregada ao peito do cadáver pelas mãos comovidas de João Clapp...
Morto Deodoro, cessavam as divergências. Todos viam nele apenas o servidor da Pátria, o herói da guerra do Paraguai, o líder militar que desafrontara os brios da classe, o valoroso proclamador da República. Toda a imprensa se ocupou longamente de sua personalidade singular. Um depoimento, porém, sobreleva a todos os demais, por ter saído da pena de Quintino Bocaiúva, a principal figura civil do movimento republicano. Sem deixar de condenar o golpe de Estado, ao traçar, no O País, o necrológio do companheiro da jornada de 15 de novembro, Quintino Bocaiúva atribui ao velho marechal o título de "fundador da República". E encerra-o com estas palavras expressivas:
"Em países mais adiantados do que o nosso é muito difícil a transformação de um regime sem o apoio da força