Deodoro: a espada contra o Império Tomo 2 – O galo na torre (Do desterro em Mato Grosso à fundação da República)

A Viagem de Volta

Objetivos políticos do gabinete Ouro Prêto - Maracaju propõe baronatos e condecorações - A derrama de títulos nobiliárquicos - Rui Barbosa critica veementemente a "fidalguia de cabala" - Insistentes boatos sobre a preparação da Guarda Nacional para substituir o Exército - Reação de Deodoro à nomeação de Cunha Matos para a presidência de Mato Grosso - O resultado das eleições - Rui Barbosa e a Câmara quase unânime - "Ouro Prêto procriou uma fera" - Declarações do marechal, em Santos - O galo na torre.

O VISCONDE DE OURO PRÊTO tem a realizar, no domínio político, um plano de ação que consiste, principalmente, em duas coisas: primeira, fazer eleger uma Câmara tão maciçamente liberal quanto possível, impedindo, a todo custo, que aumente, dentro dela, a influência do elemento republicano; segunda, promover a reconciliação do poder civil com os militares, fazendo a estes certas concessões, de sorte a obter um apoio que isolasse, o mais possível, os elementos rebeldes do Exército. Tendo exposto ao Visconde de Maracaju esse plano, o ministro da Guerra imediatamente apresentou uma sugestão: a de que a cada marechal de campo fosse concedido, indistintamente, o título de barão e a cada brigadeiro uma dignitária da Ordem da Rosa, bem como outras condecorações, de menor relevo, aos coronéis.

- Não convém generalizar, - discordou Ouro Prêto. - Distribuir assim tais mercês seria tirar-lhes o valor. Não me oponho, no entanto, a que sejam distinguidos, oportunamente, todos os que tenham mérito assinalado.

É que Ouro Prêto, de nobreza recente, - o decreto que lhe dera o título de visconde com grandeza trazia a data, ainda fresca, de 13 de junho de 1888, - deliberara

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