Deodoro: a espada contra o Império Tomo 2 – O galo na torre (Do desterro em Mato Grosso à fundação da República)

distribuir honrarias aos militares tendo em vista não só o merecimento profissional como a lealdade política. Se fossem devotados à monarquia, ao seu gabinete, seriam agraciados. E assim foram: o brigadeiro Inocêncio Veloso Pederneiras, com o título de Barão de Bojuru, por decreto de 13 de julho de 1889; o brigadeiro Hermenegildo Pôrto-Carrero, com o título de Barão do Forte de Coimbra, na mesma data; o brigadeiro Antônio Maria Coelho, com o título de Barão de Anhambi, com grandeza(*),Nota do Autor e o marechal de campo Manuel de Almeida da Gama Lobo d'Eça com o título de Barão de Batovi, com grandeza, ambos por decreto de 28 de agosto daquele ano. O vice-almirante Luís Maria Piquet, veterano da campanha do Paraguai, por decreto de 20 de agosto, recebeu o título de Barão de Santa Marta. Ao tenente-general Luís José Pereira de Carvalho foi dado o título de Barão de São Sepé. Enquanto isso, nada menos de 35 coronéis e tenentes-coronéis da Guarda Nacional recebiam também de suas mãos títulos de barão... Eram os barões de Abadia, Açu da Tôrre, Cabo Verde, Camaquã, Campo Místico, Caxangá, Cristina, Cimbres, Dores de Guaxupé, Dourado, Goretuba, Guandu, Itapecerica, Jacareí, Jequitaí, Juruá, Lamin, Palmeira dos Índios, Patrocínio, Pedra Negra, Pereira de Barros, Piaçubuçu, Piracicamirim, Pouso Frio, Ribeirão Fundo, Ribeirão Vermelho, Rio Novo, Rio Pomba, Santa Filomena, Santo Antônio da Barra, São José da Lagoa, São Romão, Sincorá, Timbaúba e Uruçu! "Nobreza feita à mão", como pitorescamente dissera algum tempo antes Tobias Barreto. O Império parecia querer escorar-se em muralhas de papel, em colunas de pergaminhos nobiliárquicos! Só de 1888 até a proclamação da República foram distribuídos mais de 180 títulos de nobreza. Barões passaram a viscondes, fazendeiros, banqueiros e comissários de café passaram a barões... Quando o caso se tornara escandaloso, Rui Barbosa escreveu, nas colunas do Diário de Notícias, um dos seus magistrais artigos, "Estamos todos marqueses", de crítica veemente à inflação nobiliárquica presidida por Ouro Preto, verdadeira legião de "fidalgos baratos", que outra coisa não era "uma tal aristocracia, castrada para formar sopranos e

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