governo já mandou esse oficial a conselho por tais atos", e isso era o bastante, ninguém voltava mais ao assunto. Hoje, todas essas coisas, a que nossos maiores, em exagerados requintes de honra pessoal e pundonor cívico, davam importância capital, são ridículas formalidades, ou exigências incompatíveis com a passividade, que se pretende implantar no Exército. Depois disso, como admitir que um governo possa exonerar legalmente - a bem do serviço público - um oficial do Exército? Que novo sistema é esse, de proclamar-se haver um soldado traído o fiel cumprimento de seus deveres militares, pela simples apreciação de um agente do poder, e de castigá-lo com essa nota infamante em seus assentamentos?... Por acaso a vertigem do poder cegará a tal ponto, que leve aqueles que o exercem inconscientemente a, tão perigoso erro?!... Suporá o Sr. ministro da Guerra que poderá reproduzir com um coronel o ato iníquo que levou a efeito com um desprotegido tenente, de não conceder-lhe conselho de guerra para se justificar? Se assim pensa, ilude-se completamente. O tenente-coronel Mallet, logo que chegue a esta Corte, pedirá esse conselho, e teremos então o governo em piores condições do que as em que se achou na questão do tenente Pedro Carolino. Quando se tratou do acontecimento do Tesouro, auguramos que a prepotência iniciada se reproduziria em maior escala. Infelizmente, acertamos. É, agora, o ofendido um oficial superior, portador de um dos nomes mais respeitados no nosso Exército. Amanhã, a onda subirá ainda: o precedente está firmado. Não nos enganemos: urge que o país se convença de que o Exército brasileiro é um acervo de insubordinação e de indisciplina, para poder o sábio e previdente governo do Sr. Visconde de Ouro Prêto - dissolvê-lo".
Protestaria, mais tarde, o Visconde de Ouro Prêto que jamais havia pensado em tal dissolução, mas os atos de truculência de seu ministério, ao menos aparentemente, justificavam a exploração jornalística de Rui, sempre muito hábil e muito certeiro na maquinação de intrigas políticas. Debalde o governo se defenderia pela pena destra de Carlos de Laet, nas colunas da Tribuna Liberal, insistindo em que era necessário preservar a ordem e a disciplina, contra a rebeldia que tentava alçar o colo nos quartéis. Os fatos não correspondiam