adoção do positivismo, enquanto espírito positivo, e que constituiu, na observação de Miguel Reale, "o estado de espírito de toda uma geração"(32), Nota do Autor fora inspirada por sua instrumentalidade.
Com efeito, de acordo com Leopoldo Zea, "entre 1880 e 1900 pareceu surgir uma América hispânica nova. Um grupo de países que pareciam não ter nada que ver com a América hispânica que seguira à independência política. Uma nova ordem realçava em cada país; mas não era a ordem colonial, senão uma ordem apoiada nas ideias do progresso e da ciência. Uma ordem que parecia preocupar-se pela educação de seus cidadãos e seu conforto material. A esta ordem se haviam sacrificado as liberdades políticas, por serem consideradas desnecessárias e perturbadoras. Em cada país surgiam oligarquias que se encarregavam desta ordem e de sua expressão no campo político. A única liberdade pela qual se lutava era a liberdade pelo enriquecimento e predomínio material dos mais aptos, tal e como o indicavam as novas correntes filosóficas. Uma poderosa imigração europeia para os países da América do Sul fazia pensar no aparecimento de outros países semelhantes aos Estados Unidos. A riqueza, tendo como fonte a indústria, pareceu ser o melhor dos estímulos na nova América hispânica. As ferrovias, rodovias e indústrias se multiplicavam. Crescia também o número de escolas onde se ensinava aos futuros cidadãos o espírito prático dos povos saxões, a forma de triunfar na vida, como chegar a ser o mais apto na luta pelo predomínio dos mais hábeis. A filosofia que justificou esta ordem e serviu de orientação nesta nova forma de educação, foi o positivismo"(33). Nota do Autor Deste modo, o espírito positivo foi além do positivismo, transbordando de seu interesse puramente filosófico ou científico. Por essa razão escreveu Francisco Romero que "antes do positivismo não houve filosofia entre nós enquanto função social, enquanto preocupação intelectual generalizada"(34). Nota do Autor