Honório Hermeto no Rio da Prata (Missão especial de 1851-1852)

a correspondência a cruzar-se no mar, tudo isso tem produzido retardamento, que, se até agora não tem feito mal, pode fazê-lo de ora em diante".

Foi cabal a explicação, não só no que dizia respeito ao motivo determinante da missão especial, mas também à escolha do plenipotenciário. Porém, pela muita consideração em que tinha o desembargador e os relevantes serviços que acabara de prestar, Paulino ainda lhe diz no final da carta: "Excuso pedir-lhe que ajude o Honório. O primeiro ato da peça terminou muito bem; é preciso um bom reforço para o segundo". E concluía com a afirmativa: "O Sr. Honório é carta viva". Esta frase ele a repetirá no dia seguinte em outra carta: "O Sr. Honório aí vai é carta viva" (14)Nota do Autor.

Mas, com tudo isso, não se conformou Silva Pontes em ter o conselheiro e senador Carneiro Leão ao seu lado, no momento culminante da política imperial no Rio da Prata. Parecia-lhe que, assim, o amesquinhava o governo. E isso, principalmente, depois de combinar certos ditos, que ouvira, de que a nova missão nascera de exigências de Caxias.

Em resposta às queixas do desembargador da Relação maranhense, teve Paulino de recontar o ocorrido, além de se referir ao que havia de verdade sobre a suposta intervenção de Caxias. A 12 de novembro, escrevia-lhe o ministro: "Julgava ter-lhe dado verdadeiras e justas explicações da missão do Honório, e que satisfariam a V. Exa." Em seguida, reportando-se ao fato que dera causa à versão propalada, contava o seguinte: "Essa missão não foi exigência do conde de Caxias, que não soube dela antes da chegada do Honório aí. Quando o conde foi nomeado disse ele, por vezes, no Senado, ao mesmo Honório, que o esperava no Estado Oriental, e o Honório, brincando, lhe respondia que lá iria ter com ele. No bota-fora

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