Era este o pensamento de Paulino, que se contrapunha ao de muitos outros, satisfeitos com a queda de Oribe e propensos a um entendimento com o governador de Buenos Aires. Isso quem revela é D. Andrés Lamas, já então intimamente ligado ao ministro brasileiro, "muy comprometido en el destino de la política que ha fundado". E é bem possível que o boato, que então correu no Rio de Janeiro, de próxima queda do ministério, fosse reflexo da situação política do ministro dos Negócios Estrangeiros, num dos passos decisivos do lance planeado. Em carta a Silva Pontes, de fins de setembro, Joaquim d'Avilla, que fora comandante do "Golfinho", referia-se à notícia da dissolução do ministério, porém dizia não acreditar, por ser de fonte luzia e "sobretudo porque também creio que não temos outro Paulino" (13) Nota do Autor.
Sobre o destino dessa política, que fundara, continuava Paulino a carta a Silva Pontes: "Para isso era preciso um centro aí e quem pudesse mobilizar-se, ir a Entre Rios, ao Paraguai e onde seja necessário, coadjuvado pelas nossas legações e chefes militares". Esse centro, pelas circunstâncias do momento, só podia estar subordinado à pessoa ligada ao ministro, conhecedora de todo o pensamento do governo imperial, e que, além disso, tivesse o suficiente prestígio para resolver um sem conto de casos, que, forçosamente, surgiriam à medida que os acontecimentos fossem evolvendo. "Ninguém mais habilitado que o Honório", afirmava Paulino, que, em seguida, passa a enumerar as qualidades do amigo: "ativo, enérgico, ousado, colocado numa posição mui alta, perfeitamente informado dos negócios, e plenipotenciário nos tratados de 12 do corrente".
O motivo principal, que levara o ministro a proceder assim, fora facilitar a solução do negócio o mais prontamente possível. "As demoras", continuava Paulino, "idas e voltas de vapores, a escassez dos meios de comunicação,