far-off things" ali relatadas conterão inevitavelmente muita coisa concernente às "battles long ago" e aos homens que nelas combateram.
A meu ver, o principal defeito de Southey não é o espaço por ele despendido em discutir personalidades portuguesas - fossem elas escocesas, ou mesmo inglesas, o crítico de Blackwood não teria certamente nenhuma objeção a fazer - mas sim a sua violenta prevenção contra os holandeses. Essa prevenção, oriunda da longa e ferrenha rivalidade existente entre as duas grandes potências marítimas situadas num e noutro lado do Mar do Norte, custou muito a arrefecer, não tendo até hoje desaparecido de todo. A venenosa observação de Southey, "Os holandeses foram sempre um povo cruel... não havendo nenhuma outra nação cuja história colonial tenha sido tão indesculpável e imperdoavelmente fatal à natureza humana", refletiu-se durante muito tempo em muitas obras inglesas de história, sobrevivendo alguns traços dela ainda em nossos dias. Minha intenção não é inocentar o procedimento da Companhia das Índias Ocidentais, que em verdade era alvo das mais acerbas censuras nos Países-Baixos, sem excluir os seus próprios empregados; porém mostrar que a questão oferecia outro lado a ser considerado. Se os direitos da Companhia não raro se mostravam cúpidos e vorazes, havia também entre eles espíritos de escol, como o erudito Johannes de Laet. A obra de João Maurício, a quem ela atribuiu o cargo de governador-geral do Brasil, pode ser posta em paralelo com a de qualquer outro administrador colonial, quer do levante, quer do ocidente. Seria, de fato, difícil mencionar