I
Primeiros movimentos
1621 - 1629
Ao findar-se a primeira década do século XVII, formavam as Províncias Unidas dos Países-Baixos uma nação independente e próspera, conquanto não verdadeiramente unificada. A trégua de 12 anos assinada com a Espanha em 1609 era o reconhecimento tácito de derrota por parte desta última. Verdade é que, até 1648, não havia a monarquia espanhola abandonado formalmente as suas pretensões à soberania sobre a Holanda setentrional; mas de há muito não eram elas mais levadas a sério pelo resto do mundo. Se a luta ao longo da fronteira de Flandres se havia atolado num empate sem decisão, a expansão fenomenal que a partir de 1598 levara a efeito a Holanda através dos oceanos mostrava claramente que uma nova força, e de primeira ordem, despontava nos Países-Baixos, junto ao Mar do Norte.
O orgulho pelos feitos memoráveis dos aventureiros da época de Elizabeth (com a exaltada admiração que hoje cerca a nova era elisabetana) não nos deve deixar cegos para o fato de ter sido a Holanda, e não a terra, que no curso da primeira metade do século XVII fez dobrar a espinha ao poder marítimo das nações ibéricas. Os assaltos aos estabelecimentos espanhóis da costa caraíba podem ter produzido irritação e criado dificuldades ao rei Filipe; mas não abalaram seriamente o