Os holandeses no Brasil; 1624-1654

(como no caso de sua irmã, a Companhia das Índias Orientais) aos diretores, e especialmente ao órgão dirigente dos Heeren XIX. As disposições concernentes à revisão periódica e à inspeção dos livros da Companhia, bem como a publicação dos balanços nunca foi propriamente posta em execução, em consequência do que muito se ampliaram os poderes conferidos pela carta aos diretores. Desde que estes eram escolhidos pelas autoridades municipais, ou com a consulta a estas últimas, conclui-se que os burgueses-oligarcas situados à testa das cidades, tinham também em suas mãos a efetiva administração da Companhia. Teoricamente, os acionistas desta última tinham muito mais possibilidades de verificar o que estava sendo feito com o seu dinheiro do que os da Companhia das Índias Orientais, podendo em certa medida os Estados Gerais exercer uma ação diretiva e de supervisão, por intermédio do diretor por eles escolhido entre os Heeren XIX; todavia, as duas grandes Companhias eram, na prática, realmente administradas pelas suas respectivas juntas governativas, a saber, os Heeren XIX para a ocidental e os Heeren XVII para a oriental. Como era de esperar, a comparação dos nomes dos diretores da Companhia das Índias Ocidentais dados por De Laet, com os dados por Valentyn para a Companhia das Índias Orientais mostra que nos órgãos diretivos de ambas estavam representadas algumas famílias governantes bem conhecidas, como os Bickers de Amsterdam e os Lampsens de Zeeland(10). Nota do Autor Contudo, considerando em globo, parece que diferentes camadas da população fizeram inversões volumosas em ambas as companhias, sem que houvesse tantas interpenetrações quantas se poderiam supor. Os pequenos acionistas parece terem sido fator mais importante

Os holandeses no Brasil; 1624-1654 - Página 33 - Thumb Visualização
Formato
Texto