Os holandeses no Brasil; 1624-1654

na Companhia das Índias Orientais do que na das Índias Ocidentais.

Baseando-se em escritores ibéricos ignorantes e cheios de preconceitos, outros historiadores mais capacitados repetiram durante muito tempo que o cérebro, o capital e a indústria dos judeus foram grandemente responsáveis pela fundação dessas duas grandes corporações em que se combinava de maneira tão notável o uso da espada com o dos livros comerciais. Sombart foi talvez o maior culpado na divulgação da lenda de que os "marranos", ou criptojudeus ricos exilados de Espanha e de Portugal, convergiram para Amsterdam, pondo à disposição da Holanda o dinheiro e os recursos necessários à guerra contra a Espanha. As pesquisas feitas nos arquivos por Wätjen e Van Dillen mostraram quanto essa asserção é grosseiramente exagerada, como se apresentaria óbvio a qualquer um que lesse com cuidado as crônicas e a volumosa bibliografia panfletária do século XVII, ou os trabalhos fundamentais de Asher e Van Rees, na parte que se refere ao assunto(11). Nota do Autor

Além do total de cerca de três milhões de florins subscritos pelos cidadãos de Amsterdam para o capital inicial da Companhia das Índias, entraram os judeus apenas com 36 mil florins, sendo que destes israelitas somente cinco contribuíram com mais de dois mil florins. Até 1630 havia apenas cerca de mil judeus morando em Amsterdam, e destes unicamente 21 eram pessoas verdadeiramente ricas. Precisamente em 1658, numa lista de 169 grandes acionistas (subscritores de mais de quatro mil florins) figuram apenas 11 nomes de judeus. Verdade é que a partir de 1630, como veremos adiante, cresceram substancialmente

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