fato histórico de que tratavam, sem preocupação alguma de fazer a sua crônica. Daí erros comuns, que vieram sendo repetidos desde Azevedo Marques e aceitos até agora como autênticas versões. Mas, havia mais: alguns historiadores de hoje continuavam a alimentar aquelas heresias históricas, como o caso de recente atribuição ao padre Belchior de Pontes da fundação da igreja de Carapicuiba, a confusão em torno do verdadeiro nome de São Gonçalo, o Garcia e não o Amarante, a mudança da igreja de Nossa Senhora da Luz e seus inúmeros ermitões e tantas outras que no decorrer destas páginas vão sendo notadas.
A posse do material colhido exigia, pois, uma triagem e ordenação. Na triagem surgiram as maiores dificuldades, dadas as inúmeras versões conhecidas sobre determinados templos, com relação a datas, episódios históricos, etc. Depois, a necessidade de reunir todas as referências possíveis às igrejas em numerosos autores confrontando-as com as informações colhidas nos Arquivos da Cúria e na documentação publicada na história de São Paulo. Mais ainda, vários arquivos permaneceram fechados à curiosidade do autor, não sabemos se por incompreensão ou por um zelo excessivo dos seus responsáveis. Foi o caso dos arquivos da Ordem de São Bento, da Ordem dos Carmelitas, da igreja do Sagrado Coração de Jesus, cujos diretores se esqueceram da lição de Leão XIII ao abrir os arquivos do Vaticano aos estudiosos de história. Entretanto, pudemos usar de outros meios para compensar estas dificuldades, embora com ceda pena de não termos atingido as fontes originais. Assim, fica compensada essa possível deficiência com a boa vontade do autor.
É verdade também que a origem de muitas igrejas continuou, neste trabalho, a ser desconhecida. Os documentos são avaros, principalmente os que dizem respeito aos templos das aldeias, que ninguém sabe onde foram parar. O padre Serafim Leite muito pouca coisa pôde encontrar nos arquivos da Europa sobre São Miguel, Carapicuíba, Embu e Itapecerica. Sobre os templos de São Paulo ainda podemos fazer uma observação. Queremos nos referir à sua arquitetura, que raramente