Igrejas de São Paulo. Introdução ao estudo dos templos mais característicos de São Paulo nas suas relações com a crônica da cidade

para o local em que está hoje, na Avenida Tiradentes. Os documentos existentes e facilmente manuseáveis comprovam os dois fatos apontados: a fundação de Domingos Luís e sua mulher Ana Camacho e a mudança(3) Nota do Autor. Aliás, é esta das poucas igrejas em São Paulo cujo fundador conseguiu sobreviver juntamente com a sua obra.

O templo, contudo, não foi inicialmente edificado onde hoje se encontra. O lugar primitivo é vago, há duas versões a respeito. Fora construído no "bairro chamado Piranga, arrabalde da então vila de São Paulo"(4) Nota do Autor, hoje Ipiranga e primitivamente Ireripiranga(5) Nota do Autor, onde Domingos Luís, o Carvoeiro, tinha as suas terras. O cognome do piedoso pioneiro advinha do fato desse integrante do primeiro grupo de povoadores de São Paulo ser natural de Carvoeira, povoação do conselho de Tôrres Vedras, em Portugal, segundo Nuto Santana, ou natural de Marinhota, freguesia de Santa Maria da Carvoeira, de acordo com Silva Leme(6) Nota do Autor. O Carvoeiro e sua mulher, mais tarde, mudaram-se para o Guaré, ou Guarepe(7) Nota do Autor, nome por que era conhecido no São Paulo dos primeiros anos o bairro hoje da Luz.

Em que data se realizou essa mudança, que se fez juntamente com a igreja, não se pode afirmar com segurança por falta de um documento definitivo. O ano de 1603, aceito por Azevedo Marques, Silva Leme, Antônio Egídio Martins, Alcântara Machado e Nuto Santana, para citar os mais importantes, não corresponde absolutamente à verdade das provas circunstanciais. Afonso de E. Taunay revelou-se mais cauteloso nessa questão, cautela aliás que não pôde impedir-lhe o lapso que os demais estudiosos da nossa história vinham cometendo.

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