Afirmou o respeitável mestre da história de São Paulo que Domingos Luís, mudando-se em 1603 para o bairro do Guarepe "fundou outra ermida a que doou patrimônio a 1.° de maio do mesmo ano"(8) Nota do Autor, o que também não deixa de mostrar engano. Por outro lado, a carta de doação é de 10 de abril de 1603. Essa data fixa exatamente a doação de patrimônio e não a de construção da igreja, ou mudança do Ipiranga para o Guaré. Entre as provas circunstanciais que podemos aduzir para demonstrar que essa data não corresponde à da fundação da igreja de Domingos Luís no Guaré, ou Luz, está o histórico episódio narrado por Jaboatão. Alí, nas imediações da ermida da Luz foi um franciscano assassinado por um militar espanhol. Era frei Diogo que pagou com a morte a insolência de apenas ter pedido uma esmola ao soldado. O frade exercia o ministério de capelão da esquadra de Diogo Flôres Valdez, que tocara em São Vicente no seu regresso para a Europa. Jaboatão fala na ermida da Luz e a data é de 1583!
Monsenhor Paulo Florêncio de Camargo parece ser o melhor informado em toda essa questão quando diz que "edificada a capela de Nossa Senhora da Luz, no Ipiranga, inaugurada em 1579 (com a referência de Anchieta, acrescentemos), com escritura de 1580, anos depois, foi transferida para o atual bairro da Luz, com escritura de 1603. A época da transferência não é conhecida, porém quase podemos dizer que aquêle martírio do irmão Diogo poderia marcar 1583 para o fato, visto como os franciscanos estavam hospedados na ermida de Nossa Senhora da Luz que já devia ser no Guaré ou Guarepe"(9) Nota do Autor. Domingos Luís teria contratado, em sociedade com Luís Álvares, a "construção do corpo da igreja". Já era abastado em 1600, "tinha escravaria, sobrado defronte da igreja e importante fazenda", conforme Américo de Moura.
O assassinato do frei ou irmão Diogo foi um acontecimento na vila e deve ter sido mesmo um dos primeiros, senão