Esses desenhos foram transformados em maquetas e expostos na igreja de Santo Antônio, então dirigida pelos sacerdotes da mesma congregação. Tal é a história da origem da igreja de Nossa Senhora da Paz, o mais original de todos os templos de São Paulo. Pedras, mármores e bronzes, transformados em ternura e espírito.
Mas é a primeiro de maio de 1940 que a Cúria Metropolitana nomeia o primeiro vigário, o padre Mário Rimondi, colaborador do padre Milini na organização e no início das obras. Entretanto, a tomada de posse da sua pequena paróquia não foi possível, visto não existir lugar adequado para a celebração do culto. Mas o padre Rimondi, que ainda hoje dirige a paróquia, não cruzou os braços à espera de um possível milagre. Pôs-se a trabalhar no sentido de fazer o recenseamento paroquial, para ter uma ideia da força do seu novo reino terreno. E no primeiro domingo de julho de 1940, em manhã cheia de sol, disse a primeira missa dominical na capelinha de Santa Cruz, a mesma humilde e antiga capelinha que ainda hoje existe, muito branca, próximo à igreja de Nossa Senhora da Paz, no largo Conde de Sarzedas.
A capelinha de Santa Cruz parece ser muito antiga e durante alguns anos permaneceu milagrosamente de pé, servindo de refúgio aos deserdados noturnos da grande cidade que, não encontrando amparo junto aos homens, corriam para as obras do Senhor que só lhes dava o teto da ermida humilde.
Já haviam sido iniciados, nessa época, os trabalhos dos alicerces do novo templo. Das mãos do escultor M. del Favero saía soberanamente a imagem de Nossa Senhora da Paz. No dia 20 de outubro uma procissão enorme, com grande número de fiéis italianos e brasileiros, saía da igreja de Santo Antônio, conduzindo a imagem para o templo em construção, onde então foram iniciadas as cerimônias litúrgicas na capela provisória de madeira. Daí para a frente os trabalhos do templo tomaram impulso. Em abril de 1941 o embasamento estava concluído e em 1942 a estrutura de concreto começou a caminhar para o céu.
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