e políticos, e analisar a literatura como expressão ideológica. Só assim pode o historiador perceber com nitidez as grandes conexões que ligam os fatos e formam a totalidade da vida que se quer recriar.
A moderna interpretação culturalista, vinda da antropologia, que vê na cultura uma relação funcional de fatos espirituais e materiais, muito se aproxima desta tendência histórico-filosófica. É porque domina na história o homem dotado de atividade própria, capaz de criar e de produzir efeitos, que se deve essencialmente estabelecer as relações de meios e fins, motivos e atos. A compreensão é a base da reconstituição.
O homem ativo e a história que relata suas atividades não podem ser compreendidos sem o exame de suas necessidades e fins, que estão ligados ao fato de ter nascido em determinado país, em determinada época, e vinculados às múltiplas circunstâncias variantes(13). Nota do Autor O sentido e o fim não podem ser desprezados.
Um conjunto teórico apurado, que se origina de todos estes recantos, tendo por base a mutualidade dos efeitos, é a única interpretação que, de fato, corresponde à experiência real.
Desde que se compreenda que a história não é só desenvolvimento, mas também criação, e que nem sempre há um seguimento orgânico e lógico mas rupturas e recuos, então não há como desconhecer as categorias de decisões, ímpetos, irrupções e responsabilidades. Se a história é mudança decidida pelo homem, então não se pode considerar seus movimentos como naturalmente necessários ou fatalmente indesviáveis, desvalorizar a verdadeira individualidade, nem desconhecer a produtividade histórica inesgotável e incalculável, que cria sempre novas individualidades. Se a história não é só um produto de determinadas condições ou influências, mas uma ação, uma atividade consciente ou inconsciente, uma energia racional ou irracional, então não há que formular leis de existência