Anchieta

Dignidades de homem de letras já as havia ele adquirido, mediante consideráveis trabalhos anteriores.

Destacara-se igualmente como jurista e crítico.

Desta última aptidão é bela amostra a sua monografia sobre Varnhagen.

Anchieta consolidou-lhe e dilatou-lhe a nomeada.

Admira-se, em primeiro lugar, nas centenas de fartas páginas do volume, a sólida e variada erudição do autor, que recorreu para informar-se a todas as possíveis fontes, assimilando, coordenando, unificando muitas versões e textos esparsos.

Admira-se, em seguida, a ordenação dos capítulos, ou cânticos, em surto luminoso, desde os prenúncios da vocação do santo missionário até o seu trespasse tão singelo quanto tocante, e a sua apoteose.

Admira-se ainda o burilado da linguagem, clara, elegante, eloquente, recamada não raro de refulgências poéticas.

Sente-se que o escritor a traçou sinceramente comovido, sinceridade e comoção insupríveis nas lídimas obras de arte.

A par disso, fina dialética, no debate e elucidação de certos episódios, como o referente ao aventureiro João de Bolés, episódio na exposição do qual ficaram para sempre destruídas falsas incriminações assacadas pela ignorância ou má-fé contra a infinita meiga bondade de Anchieta.

Tópicos há descritivos de cenas, costumes, paisagens, apreciações de incidentes e caracteres, com direito a figurar em seletas antológicas.

Joseph, o taumaturgo — conclui o Dr. Celso Vieira — exalçado por decreto de 10 de agosto de 1736, quando o Papa Clemente XII lhe reconheceu, em grau heroico, as virtudes teologais e cardeais, ainda não saiu do

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