I
A FIGURA HISTÓRICA DE ANCHIETA
Já se chegou a dizer que sem a Companhia de Jesus o Brasil não teria existido...
Por mim, prefiro que se exagere assim a obra dos Jesuítas, a não entendê-la na sua grandeza.
A hipérbole é perfeitamente legítima.
O Jesuíta representa, em nossa história, pelo menos dois entre os mais poderosos fatores do nosso espírito nacional.
Sem o seu esforço pela defesa da terra, e sem a sua mediação entre as duas raças que se encontravam em tão grande disparidade de cultura — não se saberia dizer (e isto é que é cabal) se a nossa história teria tomado o rumo e a orientação que tomou e, portanto, se o Brasil seria hoje o que é.
Penso que é assim que se há de definir a função da catequese na América Oriental, pois, do outro lado do continente, deram-se os fatos de outro modo.
Até meados do primeiro século sabe-se que os intentos de colonização não tinham feito mais do que agravar a solução do mais formidável entre os problemas que se nos deparam no dia em que pusemos pé na terra. E foi o Jesuíta que a tempo acudiu, e tornou possível a obra que empreendemos na América.
Não é, pois, demais tudo o que se tem feito em relação a Joseph de Anchieta, desde o primeiro século, e o que fazemos ainda hoje.