O rei do Brasil: vida de D. João VI

prometeu submissão, que obedecia... Perdia a partida, sem a jogar completamente. D. João cresceu para ele, irado, com toda a violência do coração ferido estalando de sangue as faces: que conspiração era aquilo, de o fazer cercar em casa, numa afronta sem precedentes.

Humilhou-se o infante, jurando acatar as ordens que lhe desse.

Retirou-se furioso.

Thornton saiu da sua perplexidade para oferecer hospedagem ao rei na fragata "Windsor Castle", ancorada no Tejo. Neuville consentiu. Combinaram uma pequena manobra. D. João saiu com as duas filhas, dizendo seguir para a quinta de Caxias, em cujas avenidas, ornadas de louças velhas, tanto D. Pedro III gostava de passear; em caminho, mandou tocar o coche para os cais e embarcou num escaler.

Quando o reino soube, espantado, da fuga do rei, este, de bordo, olhando Lisboa pelas escotilhas do camarim do commodore que o asilara, intimava D. Miguel a largar o exército, a política e o país.

Foi de um efeito fulminante a intimação.

Lord Beresford, que a levou ao infante, trouxe a segurança de que se rendia, depunha os cargos e as armas, e iria pedir perdão ao pai.

Entregou-se no dia 9 de maio. Em lágrimas, confessando-se vítima dos manejos políticos, e que ali estava para obter o castigo do seu erro. Ao patético da cena juntou o rei muita energia de palavras,

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