Obedecemos ao programa inicial, de reduzir a um tomo a história - tão vária e dispersiva - de cem anos. Daí a síntese, que comprime a matéria vasta, relegando às notas de pé de página os informes bibliográficos, os problemas incidentes, mesmo os assuntos mal delineados pela documentação encontrada, a modo dum inventário (diríamos melhor, duma consolidação) das fontes a que recorremos, e tem de ser frequentadas, por quantos tentem semelhante balanço.
Seria inútil insistir nas dificuldades crescentes dum trabalho de conjunto, qual o que empreendemos, procurando refazer nas suas linhas típicas a história brasileira, graças à contribuição dos arquivos que acabam de abrir-se, às monografias mais recentes, às análises mais severas, às retificações mais oportunas e sérias, abundante material de pesquisa e estudo de que careceram os especialistas de outrora. Mas é necessário considerar que esse esforço tinha de ser tentado, não podia tardar, e ocorre em prazo próprio, a menos que não deixássemos em circulação tantas inverdades agasalhadas nos manuais de ensino, e, à falta duma uniformidade razoável de critérios, continuássemos a debater, nos compêndios de uso forçado, os capítulos fundamentais da nossa evolução.
Este propósito - do reexame das origens, da formação, da organização do Brasil - se justifica portanto, e escusa-se, pela conveniência didática que o inspirou. É modesta, naturalmente despretensiosa, e patriótica.
O tomo seguinte, se Deus nos permitir que até lá se estenda esta revisão, compreenderá o século XIX: o "Império".
P. C.
Rio de Janeiro, julho de 1943.