Joaquim Nabuco e o Pan-Americanismo

O "EUROPEU" E OS ASSUNTOS AMERICANOS

Filialmente preso ao chão da América através da paisagem amorável de Massangana, Joaquim Nabuco volta-se, desde a mocidade, para a vida americana, observando homens e acontecimentos, dando à sua obra a densidade americanista pouco referida devido, talvez, à impressão inexata que o mostra como homem invariavelmente preso, por índole e educação, no círculo de ferro da vida europeia. Se é verdade, entretanto, que a Europa exerceu sobre ele uma ação prepotente, não menos verdade é a sua libertação daquela prepotência. É que só depois de quarenta anos, no seu exílio voluntário, quando escrevera Um Estadista do Império, Minha Formação, Balmaceda, aprofundara-se no estudo da história nacional e continental, cheias de revelações apenas entrevistas na mocidade quando só tivera, através de leituras e de viagens, contactos rápidos e espaçados com o continente.

Em 1871, aos vinte e dois anos, tendo lido e relido A Cabana do Pai Tomaz, em que Harriet Beecher Stowe lançara o seu libelo contra a escravidão, ele, em carta ao pai, citava um trecho de Lincoln e desenvolvia argumentação tendente a induzir o velho senador a aceitar o Ministério "pelo menos por dois dias", a fim de extinguir a escravidão, dizendo: "Eu não sonho para Vm. senão a

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