Pouco mais de dois meses de viagem pelo Prata e Nabuco regressava para a vivenda de Paquetá, vindo a observar com a perspicácia que o caracterizava que o país estava, no plano político, seriamente abalado por um terremoto que levaria a marcação repentina do sismógrafo ao ponto mais alto no dia 15 de novembro, com a proclamação da República. Vinha firme no desejo expresso na Câmara antes de sua partida para o sul: não seria candidato nas eleições de 31 de agosto, deliberação que lhe trouxera alguns inimigos gratuitos nos jornais da província, que glosavam o fato como o "baque do jequitibá frondoso que parecia cobrir de sombra a geração moderna" (14)Nota do Autor.
O fato é que a República, desfecho feliz de uma revolta, na expressão de Euclides, veio tão repentinamente como a liberdade para os negros que plantaram os esteios de aroeira dos solares coloniais. E Nabuco, antes dos quarenta anos, deu por encerrada a sua brilhante carreira política, vendo apagarem-se as tradições e surgir o "homem novo", o rebento da mestiçagem da observação atilada de Graça Aranha.
Iria, então, através de um documento que é, a um tempo, a mais bela definição de atitude de um homem público no Brasil, e a primeira incursão séria que indiretamente fazia no terreno dos assuntos americanos, deixar claro que estava inabalável na resolução de não mais voltar às atividades partidárias. Nesse belíssimo documento de 1890 - a Respostas às Mensagens, incluída em Escritos e Discursos Literários - observamos que em vinte e cinco páginas ele, traindo, talvez, o desejo de buscar outro campo de ação, voltara-se por mais