Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

acolá, a brisa constante e moderada; no interior a placidez dos rios raramente perturbada.

À essa natureza variada, a esses aspectos poliformes, correspondem os mais diversos e bizarros tipos de embarcações utilizadas pelos nossos praianos nos místeres da pesca e do transporte.

É a jangada deixando a praia, investindo e transpondo a orla da arrebentação e avançando para o mar largo ; é a barcaça bordejando nas suas afanosas cabotagens: é o barco com suas velas alvas em forma de leque ; é a canoa veloz e sutil, ora à vela, ora sob o impulso dos remos, desaparecendo no intrincado dos igarapés ou afrontando o mar aberto ; e tantos outros tipos construídos e equipados pela nossa gente, com madeiras nossas, originais alguns, modificados outros, mas todos bem brasileiros, que o leitor encontrará descritos nas páginas deste livro.

Embora represente um ensaio sobre tão interessante assunto, onde são encontrados detalhadas descrições de cada embarcação, os dados gerais de sua construção, as madeiras empregadas, etc. e editado em 1888, até o presente nenhuma outra obra veio a público que melhor desenvolvesse a matéria, precisando minúcias, completando informes ou corrigindo dados, enfim, lhe dando atualidade.

Não quer isso dizer que modificações não se tenham operado durante esse largo período, não quanto aos tipos