Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

convém a saber: de quarenta e cinco para setenta palmos de quilha cem embarcações mui fortes, em cada uma das quais podem ajuntar dous falcões por proa, e dous berços por banda ; e de quarenta e quatro palmos de quilha até trinta e cinco se juntarão oitocentas embarcações, nas quais pode jogar pelo menos um berço por proa; e se cumprir ajuntarem-se as mais pequenas embarcações, ajuntar-se-ão trezentos barcos de trinta e quatro palmos de quilha para baixo, e mais de duzentas canoas, e todas estas embarcações mui bem remadas. E são tantas as embarcações na Bahia, porque se servem todas as fazendas por mar, e não há pessoa, que não tenha seu barco, ou canoa pelo menos, e não há engenho, que não tenha de quatro embarcações para cima, e ainda com elas não são bem servidos, que desculpados ficamos na brevidade."

Naturalmente há alguma cousa de origem holandesa, pois que em uma estampa da obra de Barlaeus, (45)Nota do Autor referente à baía de Todos os Santos sob o título Incendia molarum, vem representada uma embarcação de três mastros, em que o de proa é armado com uma vela semelhante aos traquetes dos barcos, o qual, também usado em algumas canoas da Bahia, parece ser uma transformação das cevadeiras; porém as outras duas