Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

As governaduras do leme são feitas só com fêmeas, atravessadas por um varão, que se enfia por cima. Quase sempre o leme excede da quilha 0,4 a 0,6 metros para melhor governo; porque estas embarcações têm pouco calado, que nunca excede de 0,9 metros, e pouco pé de caverna, sendo que as cavernas mestras são quase direitas.

Os mastros são livres de cabos, que o suportem, e feitos de madeiras rijas, e dotadas de grande elasticidade de flexão.

Descansam em um madeiro fixo nos pés das cavernas, e encavilhado na quilha, onde são abertas as carlingas, a que chamam pias. Atravessa o convés também um madeiro nele fixo, e encavilhado, chamado tamborete.

O de proa é vertical, e tem junto de si outro inclinado, que atravessa o mesmo madeiro em enoras e carlingas diferentes. Aquele tem um furo, por onde passa a adriça da vela.

O mastro de traquete é geralmente do comprimento da quilha, e os outros dous são mais compridos cerca de 3,4 metros.

Sobre o tamborete do mastro do traquete há uma castanha, onde descansa o pé de uma vara de madeira resistente, que passa por um garlindéu