Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

ou lanchas de 600$000 a 2:000$000, sendo de 10 a 25 toneladas.

O tráfego do porto da capital da província da Bahia é feito desde 1.° de novembro de 1850 por nacionais livres, para o que foi necessário muito esforço e patriotismo, apesar da lei provincial n.° 344 de 5 de agosto de 1848 haver determinado à Presidência da Província que designasse para esse fim estações nos cais da cidade.

Esta lei ofendia os interesses de estrangeiros e senhores de escravos, que quase exclusivamente se empregavam neste serviço, e foi preciso que quatro homens dedicados a esta causa (os irmãos Cardosos), proprietários do trapiche Julião, comprassem 60 saveiros, e os distribuíssem por nacionais, permitindo-lhes que o pagamento do custo das embarcações fosse feito como pudessem, e exigindo apenas atestados de bom procedimento.

É tanto mais digno de nota esta praxe quanto no porto da capital do Império, inversamente do que ali se dá, ainda há pouco era feito o tráfego quase exclusivamente por escravos e estrangeiros, como há cerca de 40 anos na Bahia.