Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

Na proa e na popa tem abitas para as amarras, e arganéus, onde se fixam as espias, para atracarem a bordo, ou aos trapiches.

Usam de ancorotes e amarras de correntes.

São movidas em geral à vara e por dous homens apenas, qualquer que seja o seu tamanho.

Algumas há, porém, que têm uma vela quadrangular à proa para facilitar o seu movimento; mas em geral essas assim armadas foram lanchas, ou barcos, que se transformaram.

Alvarengas de ferro já foram armadas na Bahia em oficinas da ponta de Montserrat, assim como barcas de vigia para Alfândega; porém essas construções não foram adotadas em virtude de sua pouca duração relativamente às de madeira por pouco resistirem aos embates das vagas nas atracações, ser o material mais caro do que a madeira, que existe em grande quantidade nesta província, e ainda mais pela diferença de custo nos reparos.

O comprimento destas embarcações varia de 10 a 18 metros, o deslocamento de 20 a 120 toneladas métricas, e o preço de 4 a 13 contos de réis.