Tratando do Rio das Balsas assim se exprime Cezar Marques, em seu Dicionário histórico geográfico da província do Maranhão, com relação ao emprego destas embarcações:
"A largura deste rio é maior do que a do Itapicurú para cima de Caxias, e tão considerável o seu fundo, que na maior seca não tocam no seu leito as compridas varas das balsas ou jangadas, que o navegam.
"No verão é muito trabalhosa e quase impossível a navegação em semelhantes embarcações, por ser o seu leito tão montuoso, que o torna cheio de cachoeiras.
"Foi um tal Vicente Diogo o primeiro que tentou navegar este rio, embarcando uma carga de couros numa flotilha de balsas.
"Perdendo tudo por mau governo, de tal raiva se possuiu contra seu filho, que o rapaz com medo fugiu para as matas sem que se soubesse notícias dele.
"Aterrados todos com esta catástrofe, ninguém mais quis tentar tal navegação, continuando o algodão, os couros, e o gado a ser conduzido por terra para o porto do Rio.
"Em setembro de 1815 o Major Francisco de Paula Ribeiro intentou descer por ele embarcado em balsas.
"Para vencer doze léguas desde a fazenda Agua Branca até à da Varginha, gastou três dias, passou por mais de quarenta cachoeiras, em algumas delas quase naufragado, encontrou muitas ilhas, onde quase que se perdeu arrastado pela violência das correntes nos apertados caminhos, que deixavam elas entre si e a terra firme, e ameaçado constantemente de ser esmagado por muitos paus, que das margens se debruçavam sobre o lume d'água."