Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

embarcações. Elas servem para carregar o pano, e cambar a verga sem arriá-la.

Esta embarcação é movida à vela, à vara, ou a remos.

Destes só usam dous, em que trabalham quase na proa tripulantes em pé. São muito grossos e pesados, e feitos geralmente de peroba. Não usam estropos, e sim uma peça de madeira em forma de semicírculo, a que chamam orelha, encavilhada ao remo, em que enfiam o tolete.

É inútil dizer que estas embarcações não barlaventeiam absolutamente, e, quando braceiam a verga, o sulco da esteira fica quase pelo través.

De baixo desta denominação de canoas há um outro tipo de embarcações mais particularmente pertencentes às províncias de Alagoas e Pernambuco, cujo casco é muito semelhante aos das barcaças, que depois descreveremos, das quais diferem entretanto na mastreação e velame.

Elas são conhecidas geralmente pelo nome de canoas de embono.

São formadas de cascos de grandes canoas à semelhança do que se pratica com as pranchas do Rio de Janeiro.