pessoa alguma, com pena mais de suspenção de seu officio e beneficio".
Adultérios também davam que fazer no meio restrito onde campeava a maledicência de censores pouco criteriosos. O vigário de Santo Amaro, Francisco Pinto Doutel, era dado ao vinho, e quando pregava aos fiéis desmandava-se em palavras, por dar ouvidos aos diz-que-disse dos compadres e comadres. Certa vez vociferou para edificação das ovelhas, segundo a denúncia do cristão novo Simão Fernandes, "quereis saber que tal he esta vossa freguesia que ha nella dous rapazes que inda não sabem atar bem as ceroilas, e já tem feito doze ou quatorze adulterios, e outra vez disse, vós outros homens não quereis senão fazer adulterios a vossas molheres, pois desenganaivos que ellas na mesma moeda volo pagão; e outra vez disse que ho homem que se avia de amancebar antes com molher fermosa que fea, e se avia de embebedar antes com bom vinho que com vinagre e outras muitas cousas", em que se verifica não ter o vigário compostura, mostrar-se indiscreto e até enredador de intrigas, levantando inquietação na classe dos maridos ciumentos.
Este mesmo padre Francisco Pinto Doutel passou de denuciado a denunciante contra um seu colega, depondo, "que avera dous ou tres annos na villa de Olinda em dia de Sam Pedro e Sam Paulo solemnizando a sua festa na igreja matriz do Salvador sendo junta toda a clerezia e povo com costumão