Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume IV

o saber dependendo da capacidade de trabalho e inteligência do estudante, o extraordinário cunho religioso e moral, que os antigos pupilos jesuíticos aparentaram nos momentos culminantes da sua vida pública e privada. Alguns abandonavam a crença, outros tornavam-se indiferentes, contudo, quase sempre, conservavam no íntimo alguma semente da messe, que podia ser opulenta, ou falha segundo o terreno, mas nunca deixava de germinar.

A superioridade da educação religiosa sobre a leiga decorre de causas fáceis de se perceber. A primeira se debilita quando mal ministrada; em compensação produz efeitos espantosos ao ser bem dirigida. O fenômeno não é, por sinal, raro onde um conjunto de fatores converge para uma ideologia apaixonante, e encontra hábeis propagandistas. No caso de religiões, aprimoradas por séculos de esforços no sentido do bem, temos no cristianismo a sublimação moral, de que outras correntes de caráter mais exclusivamente político cogitaram, porém nunca conseguiram atingir.

Os exemplos da história dão que pensar a respeito. Vemos na catequese do gentio um pugilo de missionários reduzir à obediência, com parquíssimos meios, em pleno sertão, a centenas de selvagens. Inversamente, sucedem-lhes funcionários de potências europeias, providos de abundantes recursos, e fracassam no intento. Quando depois de largo período de lutas conseguem algum tanto pacificar o

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