gentio das colônias, divisamos atrás do funcionalismo do Estado o moderno missionário, que até na França anticlerical doutrinava nas colônias a pedido das autoridades. A causa da diferença é sempre a mesma; de um lado temos o funcionário que se crê desobrigado junto à coletividade depois do seu trabalho diário; de outro, o servo de Deus, que tem de prestar a todo momento contas ao poder divino.
Passando agora para outro setor situado no recesso das metrópoles, vamos aproximar os antigos governantes dos expoentes antirreligiosos que os substituíram. Um monarca de outras eras receava molestar os inermes súditos, sob a influência do ensino, que recebera, religião que praticava e círculo social em que vivia. A corte era composta de príncipes criados na infância por mães cristãs, instruídos a seguir pelos mais eminentes vultos da igreja. Entre os soberanos que influíram nos destinos do Brasil, pode-se afirmar que a maioria era virtuosa. Além desses varões, temos ainda nas famílias reinantes relacionadas com a lusitana, inúmeros reflexos da elevação de sentimentos que proporcionam a religião e educação conjugadas, mesmo entre os que não as praticam mas lhe sofrem a ação indireta. Em frases como a de Luís XVIII depois da tormenta revolucionária, dita a um reacionário, encontramos indícios dos mais expressivos "Em a nossa família não assassinamos, somos assassinados"; ou então