imposto pela compressão política, que elimina as garantias de vida e dos bens dos administrados. Perde o governante com o arbítrio a válvula de desafogo à responsabilidade dos administradores, e zelo algum aplicado nas outras repartições da máquina administrativa poderá compensar o mal.
Contamos entre nós, neste jogo de aproximações baseado na ação do ensino e da religião sobre o cabeça do Estado, um episódio de grandeza de ânimo, e do mais belo que se pode imaginar, no procedimento do último imperante do Brasil. Será justiça tampouco esquecer, o da sua augusta filha, não menos admirável em idênticas condições. Infelizmente, foi preciso que acontecimentos sucedidos muito depois da queda do antigo regime, viessem por em relevo os tesouros que encerrava sob a inspiração dos seus monarcas. Criticou-se entre nós D. Pedro II, porque impunha o decoro da justiça em primeiro lugar nas preocupações do governo, da mesma forma que se atacava o beatério da condessa d'Eu, como se fosse uma calamidade ameaçando a vida e os direitos do povo. Inúmeras maldosas anedotas circulavam sobre a princesa. Diziam que a família imperial se esquecia dos deveres políticos, abandonando ministros e audiências, ao saber que um príncipe fugira de palácio e estivera em teatrinhos de variedades. Parecia-lhe que o infante corria risco de perder a alma, perspectiva