Thomas Ender, pintor austríaco na corte de D.João VI no Rio de Janeiro: um episódio da formação da classe dirigente brasileira,

opostos pela natureza e disposições oficiais, a visitantes durante o período colonial, reduziam a uma insignificância os documentos ao alcance do estudioso do nosso passado. Nem todas as aquarelas de Pallière e Ércules Florence foram divulgadas, assim como trabalhos de pintores que nas décadas seguintes nos visitaram, como o decorativo Hildebrandt, correspondente em S. Paulo nas concepções e no academismo a Leone Righini, na mesma data, no Pará. Tampouco, dispúnhamos de observações realizadas logo após a abertura dos portos por viajantes europeus em consequência de maiores facilidades de visitas à Pauliceia. Veio, assim, no momento mais oportuno a divulgação da obra de Ender, principalmente quando nos revela aspectos paulistas semelhantes na modorra em que estavam, aos que deviam aparentar no século 17, na aglomeração de casas à roda de templos e conventos, edificadas com a mesma matéria-prima e mesmos processos ensinados pelos missionários do século 16. Ocorreu-nos, daí, aproveitar a autobiografia manuscrita de Ender, o Diário Íntimo de Arnaud Julien Pallière, a correspondência secreta de D. João VI com ministros, espiões e embaixadores, mais dados pouco conhecidos, à guisa de comentários da coleção de Akademie e assim apresentá-la ao público. O alcance da obra de Ender bem merecia maior cuidado, mas por falta de tempo só pudemos esboçar em alguns dias, o trabalho, que outros poderão mais tarde com maior proficiência desenvolver.

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