Fronteiras e fronteiros

FRONTEIRAS E FRONTEIROS

(À guisa de prefácio)

A fronteira é fonte permanente de sugestão, quer seja simples linha divisória entre soberanias, quer se trate de região em que viva um povo em contato e em atrito com outro povo.

Quando raia de limites políticos faz evocar o processo, laborioso em regra, seguido até sua fixação, e com isso a via crucis dos exploradores e dos demarcadores.

Zona limítrofe à zona estrangeira, não pode deixar de lembrar que as suas populações vivem existência menos tranquila do que as mediterrâneas, porque sempre em alerta, seja no resguardo das próprias características, seja no apuro em que soem manter-se para mostra aos vizinhos do que são e do que valem.

É franja a tocar noutra franja sem se embaraçar nela.

É o debrum de uma pátria a se ajustar ao de outra de maneira a não roçá-la, porque ambas carregadas de electricidade.

É a periferia de um corpo social onde se localizam os extremos de todas as sensibilidades desse corpo.

Com o fronteiro ocorre o mesmo. É indivíduo com qualidades excepcionais aprimoradas cada vez mais no comércio de todo gênero com o homem de além-raia, não apenas quando vizinho na zona de contato de sua

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