Fronteiras e fronteiros

nação com outra, mas igualmente quando diplomata versado em ajustes territoriais, explorador ou demarcador dos lindes fronteiriços de domínio ou soldado veterano nas guarnições onde termina um Estado e começa outro.

Guardas avançados que são do patrimônio espiritual (cultura, idioma, religião, tradição histórica, peculiaridades localistas) e do patrimônio material (território, riqueza organizada ou em potência, acervo artístico e bibliográfico) da nação a que pertençam ou à qual sirvam, não podem ter atitudes inexpressivas e nem tomar posições que não sejam meridianamente claras, impositivas, a mor das vezes chocantes para quem não possua o hábito de luta às deveras.

Louis Bertrand, na sua História da Espanha, estudando a figura de D. Rodrigo Diaz de Bivar, cognominado de Cid, el Campeador, assinala o seguinte, a propósito:

"A l'époque du Cid, Bivar était aussi un pays frontière, limítrofe de la Navarre, souvent en guerre avec la Castille et traversé par les armées ennemies et les bandas, de partisans. Cette circonstance ne fut peut-être pas indifférente à la formation d'un futur chef qui devait faire la guerre toute sa vie et qui, dans le souvenir des Espagnols, allait rester l'homme de la frontière, celui qui défend les marches du royaume contre l'éternel envahisseur africain".

Ainda há pouco, tratando dos estadistas que procuram transformar o Mundo, John Günther referia também a circunstância de serem homens de fronteira Hitler e Stalin, Mustaphá Kemal Ataturk e Pilsudski, Schuschnigg e Goëring, entre outros. Se não se houvera cingido em sua obra — Les Pilotes de l'Europe — aos políticos do velho Continente em evidencia na atualidade, teria por certo referido outros grandes homens do passado em França, na Alemanha, Áustria, Polônia e Rússia, de fronteiros que influíram decisivamente nos destinos das respectivas pátrias nos momentos críticos mais acentuados.

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