se voltou, então, para a prata e as esmeraldas, que se transformaram, repentinamente, em força misteriosa e fizeram que os homens patriarcais, os homens rudes mas poderosos do amanhecer da nacionalidade, investissem os sertões longínquos, rasgassem a renda da mata, tomassem contato com o seio exubere da terra virgem e moça, e promovessem com isso a fecundação da colônia ultramarina. Achá-las-iam? Não. Todos quantos as procuraram sucumbiram sem a conquista da posse entressonhada. Nem um só escapou! Dir-se-ia que a morte, nessas sondagens por caminhos ainda não pisados, era a única vitória das bandeiras. Tão inexorável fora o mistério da prata e das esmeraldas, quanto indescritível a persistência do sonho de riqueza desses penetradores audazes. Sonho alucinante. Sonho irresistível. Fascínio fetichista. Tão poderoso que arrancou de sua placidez, um a um, esses respeitáveis tipos patriarcais e os arrojou, hipnotizados, às veredas intermináveis.
Tudo, fruto da influência das opiniões e das sugestões dos governadores e dos vice-reis, cada qual mais empenhado em descobrir a imensidade da prata, a imensidade das esmeraldas, a imensidade do ouro ocultas no recôndito da terra de Santa Cruz. Por causa dessas nossas reservas naturais, D. Francisco de Souza, senhor de Beringel e governador-geral do Brasil, não acreditando estivesse a prata na Bahia, e sim em São Paulo, passou o governo a outro, visitou o planalto, armou duas bandeiras respeitáveis(5) Nota do Autor, e como ambas não surtissem efeito,