"Do outro lado do portal estavam as carruagens oficiais, todas de feitio antiquíssimo... e que já deveriam ter servido a muitos reis portugueses." A do Imperador era a única moderna, atrelada com oito cavalos brancos e todas as outras tiradas por mulas insignificantes, que, ao lado dos ricos ornamentos barrocos, pareciam ainda mais ordinárias. Os carros seguiam acompanhados por servidores imperiais que iam a cavalo ou a pé. O da Imperatriz tinha oito mulas. As librés da corte eram nas cores brasileiras, verdes com galões dourados, enormes tricórnios, e calções verdes ou brancos. O cocheiro do carro imperial tinha, além dos galões dourados, pesadas dragonas de ouro e uma espada. Os uniformes dos membros da corte eram também de cor verde e ouro.
O Imperador queria ir de carro com a esposa para a Igreja, porém Barbacena insistiu no seu direito de acompanhá-la até lá. Irritado, D. Pedro seguiu com D. Maria da Glória e o príncipe Augusto.
A teimosia de uma mula fez parar por alguns minutos o carro da Imperatriz.
O curto trajeto até a Igreja da Corte (1)Nota do Autor prosseguiu com desfile solene dos dignitários da Corte e da guarda de honra entre fileiras de militares. (2)Nota do Autor
A ordem da marcha era a seguinte:
"Precedia um piquete de 20 soldados comandado por um oficial subalterno, a que se seguia a música das Imperiais Cavalariças, iam então os Correios de Gabinete e após destes o Rei d'Armas, Arauto e Passavante.
Sucediam doze Porteiros, seis da Massa, e outros tantos da Cana, e tanto estes como os precedentes, todos a cavalo. Marchava então o grande acompanhamento das pessoas, que tem o título de Conselho, e daqueles que fazem Corte, em