primavera: entrançai o jasmim, a baunilha, a rosa, a angelica, o cinamomo para coroar a mimoza testa, quando o pezado diadema d'ouro a tiver machucado.
Alimentai-o com a ambrosia das mais saborosas frutas; a atta, o ananás, a canna melliflua; acalentai-o à suave entoada das vossas maviosas modinhas.
Afugentai longe de seu berço, as aves de rapina, a sutil vibora, as cruéis jararacas, e também os vis aduladores, que envenenão o ar que se respira nas Côrtes.
Se a maldade e a traição lhe prepararem siladas, vós mesmas armai em sua defeza vossos espozos com a espada, o mosquete e a bayonneta.
Ensinai á sua voz terna as palavras de mizericordia que consolão o infortunio, as palavras de patriotismo que exaltão as almas generosas, e de vez em quando sussurrai ao seu ouvido o nome da sua mãi d'adopção.
Mães Brasileiras, eu vos confio este preciosissimo penhor da felicidade de vosso paiz, e de vosso povo: ei-lo tão bello e puro como o primogenito d'Eva, no paraiso. Eu vo-lo entrego. Agora sinto minhas lagrimas correr com menor amargura.
Ei-lo adormecido. Brasileiras! Eu vos conjuro que o não acordeis antes que me retire. A boquinha molhada do meu pranto, ri-se à semelhança do botão de rosa ensopado com o orvalho matutino. Elle se ri, e o pai e a mãe o abandonão para sempre.
Adeos Orphão-Imperador, victima da tua grandeza antes que a saibas conhecer. Adeos Anjo d'innocencia e de formozura!! adeos! toma este beijo! e este... e este último! adeos! para sempre! adeos!(1)Nota do Autor