Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume III

permitia matar a fome, tomar algum descanso e refazer forças, cousa que aos brancos não ocorreria. Muitos civilizados haviam de preferir levar as bananas consigo à guisa de matalotagem, sobrecarregando ainda mais o fardo do lombo, ou teriam de pedir a alguém que lhas transportasse.

Em Pernambuco no século 17 ainda era possível encontrar índios com os seus hábitos ancestrais intactos, como se depreende dos Dialogos, dizendo Brandônio que viviam naquela primitivez "tão contentes e livres de toda ambição, como se foram senhores do mundo". Outros confirmam as palavras do português, entre eles Nieuhoff, que apresenta, a particularidade de se referir mais a tapuias (possivelmente os genericamente chamados cariri), do que o companheiro de Alviano, afeito ao trato com tupis agricultores. Os primeiros eram mais andejos, e o flamengo ilustra os seus comentários com uma estampa, em que o índio vai à frente levando só as armas, atento em guiar a caminhada, vigilante quanto aos perigos que poderiam surpreendê-lo. A mulher segue atrás, carregada como mula de carga, levando filho, água, farinha, e os bichos de estimação. No lugar em que resolviam demorar-se, levantavam uma choça, e enquanto o marido caçava e pescava, a mulher tratava da família, casa e plantações. Lembraremos que holandeses como Nieuhoff, incluíam entre os tapuias muitos selvícolas visivelmente diversos, pois ao falar nos pertences da cabana indígena este autor menciona a rede ou "ini", a "urupema"

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