Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume III

mandioca, valendo-se para se manter do que encontravam de comestível do reino animal e vegetal, proventura caindo sob as suas vistas no curso de caminhadas. Mostravam-se grandes apreciadores de uma planta parecida com a mandioca, porém inferior em gosto, que os sertanejos chamavam Cuguaçuremia, e os índios do litoral Cuaçumanduba. No dizer de Elias Herckmans, conterrâneo de Nieuhoff, a safra do edil provocava as migrações periódicas dos grupos gês, englobados sob o nome de Carirí, ou tapuias, pelos holandeses, que desciam da zona agreste para o litoral. Os frutos amadureciam em dezembro ou janeiro, desaparecendo das árvores em fevereiro na zona pernambucana, e quando chegavam as chuvas, eram apelidadas pelo gentio de "chuvas do caju" que, sendo normais, prometiam aos habitantes da região boa colheita.

Barleus nos proporciona alguns dados sobre a atividade de outros índios numa variada descrição em que reuniu as informações de seus patrícios: "São os tapuias rodeados de amigos e inimigos com quem estão às vezes em paz às vezes em guerra. Vagueiam à maneira de nômades, não se detendo em moradas fixas, procurando sempre facilidades de alimentação segundo a quadra do ano. São todos antropófagos e aterrorizam aos outros bárbaros e aos portugueses pela fama da sua crueldade. O cuidado da família deixam-no para as mulheres e para os velhos: de tudo mais em que ha honra e utilidade

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