Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume III

de armas superiores. Outras muitas aplicações encontrava o algodão nas tribos até os europeus introduzirem os teares, que se tornaram a principal indústria das aldeias indígenas próximas dos brancos. Assumia muitas vezes esta colaboração aspecto de trabalho compulsório, como já vimos atrás, sendo a indiada constrangida pelos capitães portugueses, a lhes ceder regularmente umas tantas varas de tecido sob pena de açoites. Infelizmente, qualquer compressão no sentido de obrigar o gentio a trabalhar nos monótonos moldes europeus, provocava extenso desentendimento, seguido de calamidades. Voltaram-se então os europeus para um outro contingente humano susceptível de dar trabalho à colônia, e que em tudo, na robustez, resistência e passividade, era muito superior aos gês ou tupis.

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O negro que veio em caráter de instrumento agrícola substituir ao índio, era demasiadamente primitivo para trazer à lavoura colonial muitos ensinamentos novos. Não passava de semovente quase irracional à espera de direção, opondo a maior indiferença a quem dele quisesse obter informações aplicáveis à América. Pouco mais evoluídos se mostravam, os habitantes das imediações do golfo de Guiné até Angola, sobre o aborígene da outra margem do oceano. No máximo apresentariam no seu habitat uma picareta, formada de dois pedaços de

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