amos, vinha de zelo religioso ou perfídia ancilar, apenas vemos o depoimento prosseguir em tom acerbo, que nos sugere conter exageros de mistura com verdades. Jurou ainda Ana Lins que Branca Dias blasfemava na igreja, mandava trabalhar aos domingos, além de outras infrações contra a religião, que tornam a aparecer com variantes em depoimentos de outras testemunhas. Beatrís Luís ouviu de um neto de Branca Dias, filho "de Bastian Coelho dalcunha o Boas Noites", de seis anos de idade, que a avó tinha "debaixo do chão huns santinhos assim como pacas, aos quaes adorava". Denunciou mais a dita Beatrís, que estando presente à agonia de Diogo Fernandes, viu um tal João Bras apresentar um crucifixo aos olhos do moribundo, e pedir-lhe com palavras devotas que chamasse pelo nome de Jesus, mas Diogo recusava-se a falar e voltava o rosto, e assim morreu.
A causa das atribulações de Branca Dias e sua família, provinha de ensinar a coser roupa, recebendo raparigas em pensão, que retinham, e às vezes, deturpavam o que viam na casa da mestra. Os mexericos eram acrescidos perante a mesa do Santo Ofício pelos boçais dizeres de escravos, de idoneidade e moralidade duvidosas. Do que afirmavam, o mais original foi o depoimento de Maria Álvares, pensionista da denunciada, que poupou a mestra, mas acusava um outro hóspede de nome Pedrálvares. Tendo espreitado mais as colegas o que ele fazia fechado