alfandegárias favoráveis a seus produtos, adversa aos nossos similares aos de suas colônias, conjunto de obstáculos opostos à única monarquia das Américas. No entender desses preservadores, estava fadado o Brasil a se fracionar em republiquetas ou possessões europeias espalhadas por vasta superfície, quase desprovida de comunicações terrestres entre a sede guanabarina e longínquas fronteiras. Não podiam nem de longe prever, franceses e outros, o milagre operado pelo uniforme ensino conimbricense outrora aplicado à mocidade colonial, fator decisivo no destino da Independência e primeiros anos do império.
O velho colégio de Coimbra moldara a classe dirigente do Brasil, sucessora da Corte absolutista, cuja capacidade política evidenciou-se nos trâmites da Constituição de 1824, comentada por Jean Baptiste, que nota o desejo que aparentavam os seus componentes de "muito louvavelmente brilhar", a poder de incursões em teoristas políticos europeus, "principalmente franceses", e ajunta, em nota ao pé da página: "A partir de 1816, jovens brasileiros se espalharam pela Europa, tomado hábito no país, nessa altura, confiar jovens a viajantes relacionados com as suas famílias para encaminhá-los em estudos no exterior. Saint Hilaire alude, em sua correspondência, a um jovem brasileiro, cujo nome não cita, que ele devia dirigir na França. Também Feijó, quando deputado à Corte de Lisboa, foi incumbido de encaminhar à universidade um rapaz ituano que, contagiado pelo "indianismo" quintessência do nativismo nacional, assinava-se "Tibiriçá Piratininga". Repara a propósito Debret que, se bem os Montezuma, Japi Açu, Arcoverde, Cansanção de Sinimbu, etc. adotassem nomes indígenas, entretanto orientavam os seus trabalhos parlamentares através de obras de autores europeus, recorrendo em primeiro lugar a franceses.