FIM DA PERMANÊNCIA DE DEBRET NO BRASIL
Recrudesciam os temores do pintor acerca do futuro dos brasileiros, consequência de seus contatos com militares franceses destacados no Atlântico Sul. O relatório do almirante Grivel ao Ministério da Marinha de seu país sobre os acontecimentos de 1831, no Brasil, era desfavorável ao porvir da jovem nação. Comunicava Debret a parentes e amigos a angustiosa imagem do Rio de Janeiro depois da partida de D. Pedro I, acerca de mal-estar, alimentado por ambiciosos de todas as cores e raças, sequiosos em saciar ambições, multiplicados distúrbios a despeito do espírito constitucional existente na classe mais esclarecida do país. "Durante alguns dias, houve no Rio de Janeiro aparente tranquilidade, por causa das naves estrangeiras", desfeita em fins de setembro de 31, época em que o Partido Republicano, julgando-se bastante forte, tentou um golpe de Estado. O levante, iniciado na ilha das Cobras, foi sufocado por civis e militares e a chegada de 1.415 homens da cavalaria de São Paulo, com sua caixa militar, cujos fundos, obtidos a poder de contribuições voluntárias, ascendiam a 85 mil francos, desvanecida a crise, mas continuando incerta a ordem no país nos tempos vindouros.
Atribuem historiadores uma das causas da resolução de Debret de partir do Brasil ao fato de o governo, atribulado por apertos financeiros, requisitar provisoriamente metade do edifício das Belas-Artes, a fim de aí estabelecer a Tipografia Nacional. Era para o pintor uma das piores consequências do tempo do reinado de Pedro I, porquanto o "provisório" podia,