Ancestrais e Pais
Gilberto Freyre, Gilberto de Mello Freyre, também era Cavalcanti, Albuquerque e Wanderley de velhas estirpes pernambucanas, por consanguinidades ou colateralidades ancestrais.
Dos seus antepassados próximos, o mais colorido, Félix Cavalcanti de Albuquerque Mello, tio-bisavô por casamento, chamado de "Papai-outro", personagem de estórias domésticas oriundas de histórias verdadeiras transfundidas pela imaginação familiar. Muitas delas anotadas por ele mesmo em Livro de Assentos, "vasto caderno guardado com carinho" de geração em geração, até Gilberto publicá-lo e republicá-lo com todas as honras como O Velho Félix e suas "Memórias de um Cavalcanti".(1) Nota do Autor
Personagem de casa-grande de engenho a sobrado urbano, sua avó vendera em 1830 o Engenho Jundiá da família, indo viver num menor e, daí, rumo a diversos sobrados recifenses à medida que aumentavam as dificuldades financeiras. Engenho Jundiá que, nas mãos dos Santos Dias, viria a ter "brilho extraordinário", ao hospedar "com muito gasto de comida e de bebida, caçadas de onça, banhos de cachoeira, estrangeiros ilustres da marca de Lord Carnarvon - o descobridor do túmulo de Tutankamen - e do Almirante português Ferreira do Amaral",(2) Nota do Autor em visitas espetaculares aos últimos faustos da açucarocracia pernambucana. O pintor Cícero Dias - importante protagonista do movimento regionalista nordestino, depois longamente residente em Paris, deixando perplexos os desconhecedores das suas origens intelectuais e sociais mesmo assim se metendo a escrever sobre ele - é Cícero dos Santos Dias do Engenho Jundiá.
Estas prosápias sempre ensejaram profundas repulsas aos jacobinos inclusive pernambucanos.
Frei Joaquim do Amor Divino Caneca - com esse nome em homenagem ao pai, modesto tanoeiro, artesão de barris - investia