do pai de Gilberto, o Velho Alfredo), quebrando-se, às vezes, os copos de cristal em que tinham sido erguidas as mais importantes: era da etiqueta".(12) Nota do Autor Gilberto Freyre teve sorte até nisso, os depoimentos, por escrito, de pai, tio-bisavô (o Velho Félix) e amigos, Júlio Belo o mais interessante, deixando vívidos testemunhos daquele mundo em agonia.
Até que se chega ao avô paterno de Gilberto, Alfredo Alves da Silva Freyre, o pai era Alfredo Alves da Silva Freyre II, filho, sem usar o nome Wanderley da mãe, irmã da linda Adélia, "Uma Wanderley do Século XIX" numa das fotos ilustrando o livro, Casa-Grande & Senzala.
Alfredo senior "tocava seu violino com verdadeira arte... na sua casa da Rua do Alecrim (no Recife) ou na casa-grande do seu Engenho Trombetas (situado a apenas um quilômetro da cidade de Palmares, sempre na Mata Sul de Pernambuco)... nas suas tardes ou noites de maior solidão, com um candeeiro belga iluminando a sala..." "O velho Alfredo não foi barão porque não quis. O Barão de Santo André, seu amigo, quis muito que ele aceitasse o título. Alfredo recusou... Esquisitice de Alfredo, meu avô" (aqui é Gilberto Freyre quem fala). Alfredo senior "era, além de monarquista, escravocrata"(13) Nota do Autor.
Mesmo assim, Alfredo senior tinha fibra. Alfredo Jr. descreve o itinerário do pai, após o assassinato do avô: "Foi aprendiz de farmacêutico. Aprendiz de contabilista. Estudou Direito por si mesmo, utilizando-se dos livros do pai juiz e advogado, até tornar-se solicitador. Foi negociante em Barreiros e, depois, em Rio Formoso. E chegou, nesse setor, ao máximo: a comissário de açúcar no Recife, com muitas amizades entre outros comissários e entre armazenários - a aristocracia recifense daqueles dias - e, ao mesmo tempo, senhor de três engenhos, Trombeta, Ilhetas, Mascatinho. Morreria, também, proprietário de alguns prédios no Recife: inclusive ótimo sobrado em Porto Jacobina. Com a sua morte, foi preciso repartir tudo isso com os filhos em época de engenhos desvalorizados pela recente abolição" (da escravatura). Na casa-grande de Trombeta "assistiu à débâcle que foi, para ele, e para muitos outros, a abolição repentina da fórmula Joaquim Nabuco".(14) Nota do Autor
O Velho Félix amaldiçoava José Mariano, aliás da oligarquia Carneiro da Cunha, por seu abolicionismo populista, "o eixo em