Gilberto Freyre, uma biografia intelectual

o Jardim de Infância em 1908 até solene conclusão em 1917, quando será orador da turma e seguirá para bacharelado em Baylor e mestrado em Columbia.

Seu nome inicial foi Colégio Americano Gilreath, fundado no Recife em 1906 pela missão da Southern Baptist Association dos Estados Unidos.(8) Nota do Autor Gilberto Freyre muito depois definiu-o: "Não era um colégio no sentido norte-americano, porém um equivalente, nos seus mais avançados cursos, de um ginásio". "Mas aquele tipo de educação impressionava muito os brasileiros, porque usava novos métodos, desconhecidos nas convencionais escolas e academias do Brasil naquele temo. E também porque era pioneiro na introdução do baseball e basketball". "O nome 'americano' tornava-se um nome mágico, nome dos Estados Unidos, cujo aparecimento no mundo de começo do século [XX] era algo sensacional".(9) Nota do Autor

Persistia, em largos segmentos das elites brasileiras, apesar da diatribe monárquica nacionalista A Ilusão Americana de Eduardo Prado em 1893, o mito liberal dos Estados Unidos difundido mais por Rui Barbosa que ninguém, acoplado à admiração pelo seu industrialismo, mito e esperança que levarão também Anísio Teixeira e Monteiro Lobato àquele país em fins da década de 1920, pouco após Gilberto Freyre lá residir e estudar.

Professor, advogado, durante certo tempo juiz no Recife, maçom e liberal conservador, o pai de Gilberto, Alfredo Freyre, sensibilizara-se com a ideia de um Colégio Americano protestante no Recife. Um dos historiadores dos batistas no Brasil, o Pastor Antônio N. de Mesquita destaca a importância da sua colaboração: "deu nova forma ao trabalho, já ensinando várias matérias tais como Latim, Português e outras, já influindo com a sua personalidade na vida da instituição e entre os elementos católicos",(10) Nota do Autor muitos deles hostis à pluralização religiosa. Pluralismo levando à secularização, sinônimo de modernização.(11) Nota do Autor

Gilberto Freyre veio a mostrar a extensão da influência inglesa também no Brasil, acelerada pela abertura dos portos em 1808, e retirada da Família Real portuguesa, protegida por esquadra britânica, de Lisboa à Bahia, acossada pelos napoleônicos invasores franceses. "Vieram! inúmeros ingleses comerciantes, engenheiros, técnicos, aventureiros, missionários, médicos, tradutores, cônsules, artistas de teatro, mágicos, leiloeiros, mecânicos, dentistas, marinheiros,

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