Perfil político de Silva Jardim

NOTA PRÉVIA

Nos estudos de nossa história que venho realizando, particularmente sob o ângulo de sua economia, a flui de preparar meus trabalhos sobre a origem e desenvolvimento da indústria no Brasil, várias vezes me deparei com o nome de Silva. Jardim, chamando-me a atenção algumas de suas posturas políticas e ideológicas, despertando meu interesse. Ao ler, porém, pela primeira vez, sua biografia, no pequeno grande livro de Maurício Vinhas de Queirós, Uma garganta e alguns níqueis, de 1947, fiquei sabendo que sua obra se encontrava dispersa em numerosos opúsculos, enfeixando suas conferências, discursos, manifestos, artigos de jornais, de difícil acesso, por estarem esgotados.

Recentemente, no entanto, em 1978, o Ministério da Educação e Cultura, a Fundação Casa de Rui Barbosa e o Conselho de Cultura do Rio de Janeiro publicaram, em boa hora, um grosso volume de mais de 480 páginas, com quase tudo o que deixou escrito o jovem tribuno "no estilo da Revolução Francesa, meio à Danton, meio à Camille Desmoulins", como o qualificou Francisco de Assis Barbosa, na Apresentação. Barbosa Lima Sobrinho escreveu-lhe um Prefácio denso e erudito, esboçando-lhe um retrato com raro resplendor, em elegante estilo. A sua leitura atenta renovou meu interesse, transformando-o em entusiasmo pela sua elevada estatura político-social, por achar nele mais do que esperava: uma personalidade quase genial, certamente Singular e inegavelmente particular em nosso passado, pelas ideias e propósitos expostos, de forte combatividade, armado de inaudita coragem, raiando ao fanatismo, e que deu à nossa propaganda republicana impulso inusitado

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