Perfil político de Silva Jardim

Devo esclarecer, desde logo, não ter sido meu intuito o de traçar a biografia do meu personagem, porém, simplesmente realçar o lado da sua existência e atividade em que mais se elevou e para o qual era dotado de dons incomuns, como o de estupendo agitador de massas, pugnando, com palavras ardentes e extraordinariamente persuasivas, por um novo estado de coisas que lhe parecia mais adequado e justo para o povo e o país. Tornava-se imprescindível, em tal circunstância, ocupar-me de sua vida, o que fiz na medida requerida pelo tema. Não me cabe analisar as fontes e documentação utilizadas, deixando aos leitores e à crítica esse exame.

Existem, por certo, ocorrências de sua biografia não suficientemente esclarecidas até agora, como a de sua inesperada morte, de forma trágica - se teria sido premeditada ou ocasional -, bem como a de sua não participação no ato da proclamação da República, em 15 de novembro - se constituiu mero esquecimento, ou fato pré-determinado, como lhe teria confessado Benjamin Constant, em virtude de sua posição radical, e para a qual, no entanto, foram convidados Quintino Bocaiúva e Aristides Lobo. Embora tudo isso constitua problemas de somenos importância para nosso objetivo neste trabalho, espero que sejam eles em breve elucidados ao avançarem mais nas suas perquisições os estudiosos destes assuntos.

Para concluir estas considerações preliminares, cumpre-me agradecer o auxilio recebido de João Falchi Trinca, colocando à minha disposição sua magnífica "Brasiliana", que me ajudou a melhor nortear o roteiro deste trabalho.

Meu obrigadíssimo, igualmente, a Fabio Lucas, ex-presidente da UBE de São Paulo e ex-diretor do Instituto Nacional do Livro, sem cujo empenho esta publicação não teria sido possível.

Heitor Ferreira Lima

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